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Livro de prefácios e comentários

Wanderlino Arruda

2014


“AS 7 PONTES", DE MARIA LUÍZA

  
   Foi uma linda festa a de lançamento do livro “As 7 Pontes” de minha amiga,  companheira de Academia e de Faculdade, irmã de todo o coração, Maria Luíza Silveira. Salão cheio no Centro Cultural. Rostos de muita simpatia para com a autora, aquela sensação de grata amizade por um passado e presente de bons
entendimentos, fruto que só o amor pode realmente construir.

Coisa interessante: Maria Luíza tem muitos amigos, sincera gente que mora na sua alegria e no seu viver, tudo muito lindo de se apreciar. É bom que ainda exista gratidão neste mundo, pois a autora de “As 7 Pontes” se tem tido na vida o trabalho sincero em favor de todos que participam de sua existência como professora, como jornalista, como psicóloga, intelectual e espiritualista de tempo integral, sempre indicada ao extremo tanto na alegria como na tristeza de cada um ou de todos.

Estou falando de Maria Luíza, porque falar dela é o mesmo que falar de “As 7 Pontes”, já que seu romance, excelente do princípio ao fim, é reflexo perfeito do seu modo de ser, da sua fé, do seu racionalismo, de sua visão particularíssima, das fraquezas e virtudes do homem e da mulher, juntos ou separados. Realmente, “As 7 Pontes” é um livro de sabor universalista, repertório de experiências vividas e ouvidas, sentidas e presenciadas, já que Maria Luíza, como confidente de muitos, sempre atenta a humanas idiossincrasias, nunca perde ou esquece um detalhe existencial, um desenho perfeito ou simples caricatura a vol d'oiseaux . Pintora de caracteres, observadora de feições, afeita aos mais simples movimentos da alma jovem ou adulta, nova ou envelhecida, Maria Luíza sabe tecer a trama interessante e policromia de que o leitor não pode se afastar enquanto não obtém a catarse esperada.

Luiz de Paula no prefácio muito feliz, afirmou ter lido “de um só fôlego todo o romance, amarrando-se ao destino vivencial de cada uma das personagens, que se buscam e se atropelam numa ficção-realidade”, num cadinho de sonhos, contradições, amores e desenganos. Diz ele que “todos nós nos reencontramos em episódios diversos da história, pois o tempo jovem dos homens e das mulheres se escreve, de certo modo, com os mesmos arranjos e iguais trajetos, sobretudo no plano das idealizações”. Livro de personagens modernas, afeitas as peripécias da vida atual, com o mundo centrado em Montes Claros, Francisco Sá ou na Amazônia, oferece, num balanço sincero, o peso devido às influências do espírito e da matéria. Selva ou cidade, civilização primitiva ou a caminho de evoluir, a pessoa humana será sempre um laboratório de reações previsíveis para quem conheça a vida e dela participa com amor.

Zoraide Vasconcelos Teixeira, minha amiga belo-horizontina de Brejo das Almas, alma sensível como Maria Luíza disse também uma verdade sobre “As 7 Pontes”, que nenhum leitor poderá desfazer: “o livro restituiu-nos um bem precioso que é a fé na vida, a possibilidade de sonhar e acreditar nos próprios sonhos”, um feito de podermos idealizar um mundo novo, incessante busca de perfeição. “É filosofia, é religião, é purificação, e vida
transbordando em plenitude. É Maria Luíza com toda sua feminilidade, com toda sua espiritualidade. Há nele uma infatigável confiança nos princípios básicos sobre os quais deveriam se alicerçar o destino dos homens”. Não se pode arredar a ideia de que “As 7 Pontes”, de Maria Luíza tinha nascido em parte na sua infância de Francisco Sá, menina-moça que viveu ao lado de Zoraide, duas intelectuais desde os tempos de criança. É por isso que Zoraide não só gostou do livro: amou-o como se ama a um filho ou a um irmão muito querido. Maria Luíza e Zoraide são realmente boas irmãs, assim como eu também me sinto com relação às duas, sempre muito perto do coração.

Voltarei ao assunto, minha senhora, o que espero não demorar. Afinal, farei hoje quase que só aproveitando das ideias alheias, justas e bonitas, pois partidas de duas grandes inteligências, Zoraide e Luiz de Paula. Concorde com eles, saberei também, como disse o poeta, ouvir estrelas, e fazer as minhas confissões de ouro que pude minerar.

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